Parece até engraçado o que vou escrever: o arquiteto americano Paulo Rudolph acreditava em festas. Suas casas são uma evidência de sua sociabilidade.
Paul Rudolph nasceu em Kentucky em 1918 e estudou na Harvard, onde foi aluno de Walter Gropius. Mas seu estilo foi além do modernismo. Ele começou a carreira desenhando casas na Flórida, onde foi um dos expoentes do Sarasota Modern , o estilo da arquitetura pós-guerra que emergiu na Flórida.
Fotos: Revista Modulightor e Revista Florida Designers Review
Paul Rudolph (1918-1997) não se preocupava só com o exterior de suas obras. Para ele era importante a interação das pessoas dentro da casa. Rudolph encarava como função arquitetônica o incentivo à conversação.
As casas que construiu são minimalistas mas não frias. Elas contém tipos de ambientes que devem ser fotografados com gente dentro.
Não é a toa que elas foram palco de grandes festas dos intelectuais e artistas nos anos 80 e 90.
Vou falar aqui da Modulightor, em Nova Iorque, umas das últimas casas que ele construiu, no começo dos anos 90.
Por fora, a casa mostra suas vigas em I, afinal foi construída com influências do brutalismo, tendência que privilegiava a verdade estrutural das edificações, nunca escondendo vigas ou pilares.
Decoração e iluminação interiores enfeitam a arquitetura exterior.E dentro da casa, ah meu amigo, e dentro da casa a brincadeira continua. Escadarias e prateleiras imitam as vigas da parte exterior. Os finos degraus das escadas visualmente se confundem com as prateleiras. Todos elementos ecoam material, forma e cor.
Essa construção de quatro andares é uma lição em transparência,as escadas não tem corrimão, são formadas por finas placas de mármore e sustentadas simplesmente por uma estrutura de aço.
A empregada de Paul morria de medo de descer por essas escadas.
A casa, além de ser o lar do arquiteto, serviu de cobaia para seus experimentos: foi construída em três anos mas Rudolph estava sempre experimentando um novo material aqui e ali. Até o fim de sua vida, em 1997.
Há uma notável ausência de móveis no apartamento. Para Rudolph, móveis eram elementos arquitetônicos. Então armários, assentos, estantes e prateleiras são todos embutidos.
Interessante também é a escolha dos objetos que decoram a casa e a maneira de dispô-los. Rudolph colecionava arte indígena e adorava suvenires.
Há uma mesa repleta de chaves antigas que ele comprou na Turquia. Uma coleção de robôs de brinquedo é exposta num painel que se estende por dois andares do apartamento.
Um outro painel contém centenas de figuras mexicanas (mexican milagros) que o excêntrico arquiteto comprou em frente a Catedral da Cidade do México. A disposição desses objetos iguais, um do lado do outro, dá a impressão de uma única obra de arte. Engraçado né, até os objetos ele integrava.
Paul Rudolph nasceu em Kentucky em 1918 e estudou na Harvard, onde foi aluno de Walter Gropius. Mas seu estilo foi além do modernismo. Ele começou a carreira desenhando casas na Flórida, onde foi um dos expoentes do Sarasota Modern , o estilo da arquitetura pós-guerra que emergiu na Flórida.
A fama iria levá-lo para Nova Iorque e à outras partes do país e do mundo, erguendo prédios como o Yale Art e Architecture Building, uma das construções brutalistas mais conhecidas em todo o mundo.
Quando o brutalismo saiu de moda nos Estados Unidos, o arquiteto americano foi para a Ásia, onde construiria arranha-céus.
Descomprometido, egocêntrico e versátil, dizia: “Arquitetura é um esforço pessoal, e quanto menos pessoas entre você e seu trabalho, melhor “.
A casa Mudolightor é hoje um museu. O térreo do prédio ainda é ocupado pela companhia de luminárias que ele fundou. Quando a visitei, em setembro de 2011, a casa estava em reforma.
Linda, seu blog está bem interessante! Sucesso! Qualquer dia escrevo alguma coisa mesmo, como você falou :D bj
ReplyDeleteMiriam V