Foto: Alexandre Rielo |
Quando eu morrer quero ficar,
Não contem aos meus inimigos,
Sepultado em minha cidade, Saudade.
Meus pés enterrem na rua Aurora,
No Paissandu deixem meu sexo,
Na Lopes Chaves a cabeça
Esqueçam.
No Pátio do Colégio afundem
O meu coração paulistano:
Um coração vivo e um defunto
Bem juntos.
Escondam no Correio o ouvido
Direito, o esquerdo nos Telégrafos,
Quero saber da vida alheia,
Sereia.
O nariz guardem nos rosais,
A língua no alto do Ipiranga
Para cantar a liberdade.
Saudade...
Os olhos lá no Jaraguá
Assistirão ao que há de vir,
O joelho na Universidade,
Saudade...
As mãos atirem por aí,
Que desvivam como viveram,
As tripas atirem pro Diabo,
Que o espírito será de Deus.
Adeus.
Mário de Andrade
amiga, vc sofre da mesma doença que eu:´paulistanite ;)o blog tá 10 ... e, como vc costuma dizer: me aguarde ! :D beijão
ReplyDeleteObrigada Mi. Um pouco de nostalgia é sempre bom. Afinal a sementinha dentro de mim continua paulistana. To te aguardando, viu? bjs
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